Embora eu não possa dizer
hoje que tenho larga experiência com pesquisa e ensino na área de direito, certamente
posso dizer que tenho alguma experiência nesses campos. Em diversas
oportunidades, pessoal ou virtualmente, orientei e colaborei como pude com
colegas – alunos ou professores – que precisavam de ajuda na produção e
execução de aulas, atividades em sala e projetos de pesquisa. Participei da
organização de um congresso nacional sobre ensino jurídico (do qual espero
falar no seu devido tempo) e tenho estudado esses assuntos há algum tempo.
Estive envolvido com ensino, pesquisa e extensão desde a minha graduação em
direito.
Considerando esses fatos
e percebendo a utilidade de uma plataforma acessível de discussão de assuntos
ligados ao ensino e à pesquisa em direito, resolvi criar este blog.
Como futuramente
defenderei, o ensino e a pesquisa em direito no Brasil têm muitos problemas e
deficiências. Por isso, minha esperança com este blog é também colaborar para que
essa realidade mude um pouco para melhor.
Neste blog estarão em
discussão questões como:
1. Salas de aula em
direito devem ser sempre usadas para o professor “dar a matéria”?
2. As aulas devem se
limitar à exposição do assunto e a resolução de dúvidas?
3. Quais métodos e
estratégias pedagógicas podem ser empregados pelos professores de direito?
Quais experiências pedagógicas já existem em algum lugar, se é que existem?
4. Até onde vai a
temática jurídica e onde ela termina? Os professores e as faculdades devem
focar-se e limitar-se ao assunto estritamente
jurídico? E como defini-lo?
5. O que são métodos
participativos de ensino? Quais as vantagens que podem ter? E as desvantagens?
Onde são usados? E por quê?
6. Como organizar uma
disciplina?
7. Como realizar
pesquisa em direito? Afinal, existe pesquisa em direito?
8. Usar estatística,
explicações sociológicas e econômicas para fazer pesquisa em direito é mesmo
fazer pesquisa em direito, ou é fazer estatística, sociologia e economia?
9. Quais as tendências
internacionais em pesquisa na área de direito?
10. Como ser um bom
pesquisador em direito? O que é um “bom pesquisador”?
11. Como produzir
artigos científicos? Onde publicá-los? E como?
12. Como fazer um
projeto de pesquisa para iniciação científica? E para um programa de
pós-graduação em direito?
13. Como passar numa
seleção de pós-graduação em direito?
Entre muitas outras
questões.
Espero fazer
publicações periódicas e também disponibilizar materiais úteis.
Ademais, tentarei
sempre melhorar a aparência e as funcionalidades do blog, de modo que a atual
versão é provisória.
Vou acompanhar o blog. Venho refletindo muito sobre o ensino do direito desde que comecei a lecionar e estou tentando sistematizar a minha abordagem a partir da tentativa e erro. Depois que terminei a graduação e o mestrado em direito eu tirei um tempo pra ler mais sobre ciência em geral, biologia, química e todas as coisas que eu tinha interesse e não tinha tempo de aprender. Pensar mais cientificamente (e menos doutrinariamente) funcionou para mim como um aspecto muito importante de como eu adaptei a minha postura em sala de aula, dando cada vez mais ênfase no incentivo ao "active learning", à construção de casos e à "solução de problemas". Outro ponto que eu aprendi com os cientistas é a tendência dos alunos de distorcer os novos conteúdos para reforçar o que eles já acreditam estar correto: quanto mais "clara" era a explicação na percepção dos alunos, mais os alunos tendiam a ignorar as contradições entre o conteúdo novo em favor da concepção errônea que eles já tinham. As explicações que começavam confundindo os alunos e deixando-os inseguros sobre a matéria, demonstrando as suas incoerências e o seu desconhecimento prévio, dão melhores resultados reais, ao mesmo tempo que são descritas pelos alunos como "confusas", "pouco claras" ou "difíceis". Claro que existe muita resistência, mas fico muito feliz ao vez resultados positivos.
ResponderExcluirAgradeço muito o interesse no blog, Nagib.
ExcluirAssim como você, eu venho tentando aprender na base da tentativa e erro quando o assunto é ensino em direito. Também tenho lido sobre o assunto, especialmente ensino participativo, o que deve ser análogo ao que você chamou de "active learning". Acredito que é uma "metodologia" que funciona bem, principalmente se alternada com o método expositivo tradicional. Mas ainda estou refletindo sobre as experiências que tenho tido e os assuntos afins.
Acho que é uma ótima ideia aproximar-se de outras áreas paradigmaticamente científicas, pois as abordagens, as linhas de raciocínio, as coisas que se busca geralmente são muito diferentes do que aprendemos em cursos de direito, tão baseado em manuais. Tive experiências em disciplinas de outros cursos, como ciências sociais e ciência da computação, e achei tudo muito diferente.
Quanto à "tendência dos alunos de distorcer os novos conteúdos para reforçar o que eles já acreditam estar correto", isso talvez ocorra porque o processo de aprendizado envolve a criação de conexão entre os novos conteúdos com coisas que já sabemos, e por isso assuntos muito diferentes das coisas com que temos familiaridade num momento (digamos, se você quiser aprender programação) nos parecem tão difíceis. Interessante sua abordagem de mostrar incoerências entre o assunto novo e o que os alunos já acreditam. Poderia falar mais sobre isso?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns Ítalo!
ResponderExcluirO caminho da pesquisa, seja em qualquer área, sempre contribuirá para os avanços nas diversas trilhas do estudo, assim como para as possíveis conquistas.
Li uma matéria do Ricardo Amaral - Estudante de Jornalismo, onde expressava homenagem aos docentes da FDA (Faculdade de Direito de Alagoas) sobre o dia do professor, então que me permita compartilhar: Profissão de professor “...Profissão imprescindível para o crescimento de um país em todos os âmbitos existentes na sociedade. A arte de ensinar exige comprometimento, função exercida por poucos, independente do nível de Graduação, se não houver dedicação e amor dificilmente alguém poderá se tornar professor. Compartilhar conhecimento é uma missão difícil, vai muito além de simplesmente revelar as teorias de uma disciplina, é antes de tudo, compreender sua função social".
Com relação aos estudantes interessados em seguir a carreira acadêmica a Professora Elaine Pimentel da FDA aconselha que, “procure ampliar seu campo de estudos, primando pela interdisciplinaridade, de forma a proporcionar a humanização do saber jurídico. É preciso lembrar que o conhecimento não é um fim em si mesmo. Ele é sempre instrumental e deve ajudar a modificar a realidade social. Por isso, não há espaços para atitudes individualistas. É no coletivo, na vivência social que os saberes acadêmicos fazem sentido”. Sucesso em seu blog, conte sempre comigo.
Obrigado pelo apoio.
ResponderExcluirMais vale iniciar um projeto pequeno hoje, do que um excelente projeto mês que vem.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa. Estarei acompanhando seu projeto.
Olá, Jeferson.
ResponderExcluirObrigado pelo interesse.
Neste blog só escrevo textos originais, por isso demora mais para haver publicação. Na página do Facebook estou sempre postando coisas, confira:
https://www.facebook.com/ensinoepesquisaemdireito/